O’Ward não descarta ida para F1, mas revela que se sente em casa na Indy

Aos 24 anos, Patricio O’Ward está consolidando sua carreira na Indy com a McLaren. Desde 2020, o mexicano faz parte da equipe Arrow McLaren SP, obtendo notável sucesso ao conquistar três vezes a posição entre os cinco primeiros no campeonato e acumular 20 pódios, incluindo quatro vitórias em 64 corridas. Esses feitos o tornaram elegível para a superlicença da Fórmula 1.
Paralelamente, em meio a uma relação deteriorada entre a McLaren e Alex Palou, O’Ward está fortalecendo sua conexão com a vertente de F1 da marca. Ele realizou seus primeiros testes no final de 2021, com seu programa ganhando intensidade. Recentemente, participou do TL1 do GP de Abu Dhabi e nos testes de fim de temporada no mesmo circuito, destacando-se ao ficar apenas 0s269 atrás do tempo mais rápido estabelecido por Esteban Ocon.
“Minha curva de aprendizado foi significativa ao longo do dia, de uma curva para outra”, relatou O’Ward. “Acredito que estou relativamente próximo [do limite]. Ainda há um pouco a percorrer, mas atingi um nível muito bom, onde sinto que tenho o controle do carro.
Quando questionado sobre se sente mais próximo de garantir uma vaga na F1, O’Ward respondeu afirmativamente: “Com certeza. Cada vez que guio no TL1 ou em testes privados, significa mais tempo no carro. Isso mostra que alguém acredita em você e está dando-lhe a oportunidade de estar pronto se a porta finalmente se abrir.”
“Estou totalmente concentrado no que devo fazer na Indy, pois quero dar à McLaren a vitória na Indy 500. Quero ser o único a conseguir isso, pois estou com eles há quatro anos. Seria um verdadeiro conto de fadas aceitar o desafio da F1 e estar na vanguarda, e não apenas vir aqui para me divertir.”
No entanto, O’Ward está ciente da raridade de pilotos que conseguiram transitar da cena americana de monopostos para a F1, com exemplos notáveis como Jacques Villeneuve e Juan Pablo Montoya. Ele reconhece as diferenças entre esses dois mundos, destacando que adaptar-se à atmosfera e à dinâmica de trabalho na F1 leva tempo.
“Leva tempo para se ajustar à maneira diferente de trabalhar e à atmosfera distinta de um paddock de F1”, afirmou ele ao site Racer. “A atmosfera em um paddock de F1 é mais orientada para os negócios, e atualmente é na Indy que me sinto em casa. Quando venho para um fim de semana de F1, às vezes me sinto como um estranho.”
Apesar disso, O’Ward vê as crescentes oportunidades na F1 como uma fonte de motivação: “É mais uma oportunidade do que um presente, porque oportunidades você tem que aproveitar; presentes que você simplesmente aprecia. Por mais divertido que seja guiar um carro de F1, trabalhei muito e ainda vou ter um muito trabalho a fazer para estar no nível que preciso alcançar em uma atmosfera tão diferente daquela a que estou acostumado.”
“Isso não acontecerá da noite para o dia. Para ter a mesma sensação que tenho atualmente na Indy, que é uma segunda casa para mim, ainda tenho muito o que aprender”, concluiu.